É impressionante como os francófonos conseguem imediatamente identificar um latino-americano quando está falando francês.
Isso não quer dizer de forma nenhuma que o idioma francês seja mais difícil que qualquer um outro, mas há uma particularidade nessa língua que faz inevitavelmente que a maioria dos estrangeiros possam ser identificados. O fator é simples e ao mesmo tempo confuso: o francês possui apenas intonações, não "sílaba tônica".
Exatamente: não há sílaba tônica, fator característico de mais de 90% das línguas desse nosso planeta. Isso faz imediatamente refletir o seguinte: "mas por que é que o francês tem tantos acentos gráficos na mesma palavra?"
Nada mais é que uma razão FONÉTICA. Se analisarmos com carinho o italiano, o espanhol e o português, percebe-se que há regras de acentuação que não são completamente justificadas do latim. Este último, assim como o alemão e o inglês, não possuem acentos gráficos para facilitar a pronúncia (inclusive a sílaba tônica). Esse fator acaba com qualquer brasileiro que queira pronunciar, por exemplo, a palavra inglesa "unforgettable". Fica complicado pronunciar corretamente se for a primeira vez que estejamos lendo a palavra. Já que o português e o espanhol têm tendência ao paroxitonismo, vamos pôr a sílaba tônica no "ta", enquanto que o correto é no "ge". Isso não ocorre no francês: quando aprende-se a fonética francesa respeitando a ausência da sílaba tônica, qualquer pessoa é capaz de ler absolutamente tudo.
Agora dá pra entender na prática o porquê de acharmos que todos os francófonos falam qualquer palavra em qualquer idioma com a sílaba tônica na última sílaba (como se qualquer palavra nessa humanidade fosse oxítona). É uma truque auditivo. Eles não pronunciam com a sílaba tônica no final, eles apenas não colocam força em nenhuma das sílabas: é algo linear.
Para concretizar essa afirmação, tentem pedir para que um francófono leia: "A sábia sabia o que era um sabiá". Preparem-se para rir se isso ocorrer.
Seguindo esse raciocínio, pode-se decuzir que os acentos em francês não funcionam de forma alguma como os acentos encontrados em português, inclusive o circunflexo (^). Para o português do Brasil, esse acento serve também como sílaba tônica sempre com o som fechado. No português europeu, "a" é diferente de "á" (nunca consegui entender a diferença, não consigo captar). Há uma diferença em "falamos" e "falámos" no português europeu (respectivamente conjugação na primeira pessoa do plural no presente e no pretérito perfeito - ambos do modo indicativo). Na nova regra ortográfica, isso não mudou porque é uma fator gramatical (e não ortográfico).
Imaginem que o circunflexo (como consta bem explicado no Wikipedia), tem a finalidade de substituir um "s" ou algumas letras que complicavam a vida desse grupo étnico.
Por exemplo: Hospital em francês: hôpital (o "s" desapareceu e a pronúncia é um pouco mais longa que um "o" tradicional). Encontramos a palavra original quando declinamos conjugando um verbo da mesma família. Hospitalizado em francês hospitalisé (o "s" volta à tona).
Acreditem que, aprendendo o francês, muitos elementos (não tudo, atenção) serão percebidos que estão mais próximos do latim e do grego. Atualmente, inúmeros vocábulos foram simplificados ao ponto de não sabermos de forma eficaz a etimologia de muitas palavras graças à evolução e abertura de espírito nas normas cultas da língua de Camões.
Je vous souhaite très bonne chance dans vos études de la langue française.
Isso não quer dizer de forma nenhuma que o idioma francês seja mais difícil que qualquer um outro, mas há uma particularidade nessa língua que faz inevitavelmente que a maioria dos estrangeiros possam ser identificados. O fator é simples e ao mesmo tempo confuso: o francês possui apenas intonações, não "sílaba tônica".
Exatamente: não há sílaba tônica, fator característico de mais de 90% das línguas desse nosso planeta. Isso faz imediatamente refletir o seguinte: "mas por que é que o francês tem tantos acentos gráficos na mesma palavra?"
Nada mais é que uma razão FONÉTICA. Se analisarmos com carinho o italiano, o espanhol e o português, percebe-se que há regras de acentuação que não são completamente justificadas do latim. Este último, assim como o alemão e o inglês, não possuem acentos gráficos para facilitar a pronúncia (inclusive a sílaba tônica). Esse fator acaba com qualquer brasileiro que queira pronunciar, por exemplo, a palavra inglesa "unforgettable". Fica complicado pronunciar corretamente se for a primeira vez que estejamos lendo a palavra. Já que o português e o espanhol têm tendência ao paroxitonismo, vamos pôr a sílaba tônica no "ta", enquanto que o correto é no "ge". Isso não ocorre no francês: quando aprende-se a fonética francesa respeitando a ausência da sílaba tônica, qualquer pessoa é capaz de ler absolutamente tudo.
Agora dá pra entender na prática o porquê de acharmos que todos os francófonos falam qualquer palavra em qualquer idioma com a sílaba tônica na última sílaba (como se qualquer palavra nessa humanidade fosse oxítona). É uma truque auditivo. Eles não pronunciam com a sílaba tônica no final, eles apenas não colocam força em nenhuma das sílabas: é algo linear.
Para concretizar essa afirmação, tentem pedir para que um francófono leia: "A sábia sabia o que era um sabiá". Preparem-se para rir se isso ocorrer.
Seguindo esse raciocínio, pode-se decuzir que os acentos em francês não funcionam de forma alguma como os acentos encontrados em português, inclusive o circunflexo (^). Para o português do Brasil, esse acento serve também como sílaba tônica sempre com o som fechado. No português europeu, "a" é diferente de "á" (nunca consegui entender a diferença, não consigo captar). Há uma diferença em "falamos" e "falámos" no português europeu (respectivamente conjugação na primeira pessoa do plural no presente e no pretérito perfeito - ambos do modo indicativo). Na nova regra ortográfica, isso não mudou porque é uma fator gramatical (e não ortográfico).
Imaginem que o circunflexo (como consta bem explicado no Wikipedia), tem a finalidade de substituir um "s" ou algumas letras que complicavam a vida desse grupo étnico.
Por exemplo: Hospital em francês: hôpital (o "s" desapareceu e a pronúncia é um pouco mais longa que um "o" tradicional). Encontramos a palavra original quando declinamos conjugando um verbo da mesma família. Hospitalizado em francês hospitalisé (o "s" volta à tona).
Acreditem que, aprendendo o francês, muitos elementos (não tudo, atenção) serão percebidos que estão mais próximos do latim e do grego. Atualmente, inúmeros vocábulos foram simplificados ao ponto de não sabermos de forma eficaz a etimologia de muitas palavras graças à evolução e abertura de espírito nas normas cultas da língua de Camões.
Je vous souhaite très bonne chance dans vos études de la langue française.
Gilson Lopes
2010_03_01
2010_03_01