INGLÊS PARA CRIANÇAS

Minha mãe, Eliane Lopes, é educadora formada em Pedagógico no Colégio Porto Carreiro localizado no centro de Recife. Apesar desse fato, eu não cogitava, principalmente durante a minha adolescência, a possibilidade de ser professor.

O fator que mais me incitou a chegar na etapa em que me encontro agora foi ter começado a estudar inglês "americano" aos 9 anos de idade (1987).

Meu pai, Gilson Lopes Júnior, atuou durante 14 anos como comprador na Alpargatas, cuja fábrica se encontrava na zona industrial de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes.

Em 1992, época na qual Brasil passa por uma grande crise, meu pai é demitido da empresa. Mesmo passando por dificuldades financeiras, continuei a seguir "minhas aulinhas de inglês" ainda na escola particular Pink and Blue Freedom Piedade, pertencente ao grupo Fisk Idiomas SA. Essa proeza só foi possível graças ao grande apoio de minha mãe, meus padrinhos (Maria Antônia de Andrade e Elísio Virgulino) e avós paternos (Maria das Neves Lopes e Gilson Lopes - quem teve meu nome em homenagem).

Aos 15 anos de idade (1993), já havia adquirido teoricamente o nível B1 no atual conceito do Quadro Europeu de Idiomas (capacidade intermediário-avançada de compreensão oral e escrita assim como expressão oral e escrita no inglês).

Por esta razão (acredito eu), a diretora do "Pink", Rosália Cavalcante, convidou-me para dar aula de inglês às crianças do nível "Little First" (em média, alunos de 7 anos de idade). Esta experiência durou 3 meses.

Nessa época, eu cursava o primeiro ano científico no Colégio Decisão de Piedade, onde havia provas semanais. Sendo o tempo de estudos curto e tendo falta de maturidade, definitivamente não foi possível que eu continuasse dando aulas a esses pequeninos. Pelo menos, adquiri experiências pedagógicas e peguei mais confiança no inglês.

Nesses quase 90 dias, senti na pele que lidar com criança merece muita preparação. Não necessariamente uma preparação exclusivamente acadêmica, ou seja, conhecer bem o inglês para ser ensinado. Porém, a preparação pedagógica, que ao meu ver na época não era tão essencial, é para mim o fator que faz um professor não ser um padeiro: cada profissão tem o seu valor e suas competências distintas. Saber lidar com o comportamento das crianças em sala de aula não é nada prático. Nem mesmo a forma (pedagogia e metodologia) de ensinar uma língua que não é a sua não é nada prático também. Infelizmente, esse público dispunha de uma motivação que não partia deles, mas dos respectivos pais.

Em junho de 1994, seguindo orientação pela quarta vez da "mainha", presto concurso para entrar na Escola Técnica Federal de Pernambuco, porém foi a primeira vez na qual pus a opção "Turismo". Como se diz em inglês, "bull's eye"! Passei dentre os 20 primeiros colocados do meu curso.

A partir daí, dá-se início a uma nova etapa na minha vida.



Gilson Lopes
2009_11_25